domingo, 1 de outubro de 2017

IS-MA-EL






IS-MA-EL

Os olhos do meu espírito deparam com uma luz clara e insinuante. Numa nuvem irradiante e luminosa mostra-se Is-ma-el, e sua voz vibra para mim num som abalador, brando, sonoro, profundo, e não obstante, claro como um maravilhoso tanger de sino:

“Eu te conduzo agora através das esferas da minha origem.

Quando agora tu vivenciares as esferas através de mim, então eu também quero te anunciar de Parsival, sua preparação para o caminho através do vale, que tu conheces como materialidade da Criação. Então eu quero te falar do meu amor para com o Senhor e tu verás todos os fios que de cima desembocam em mim como preparação para a missão, a qual me é permitida cumprir.
Paz e silêncio irão te preencher, claridade e pureza terão que traspassar agora o teu espírito. Pois eu próprio posso haurir da água pura de todo o saber do sagrado tecer na Criação!
Eu sou teu, Senhor, do princípio até o fim, que novamente deságua na sagrada origem de Tua força. Um amplo ciclo do peregrinar pela Tua divina missão de salvação fecha-se então também para mim, para o qual Tu destes o nome Is-ma-el!
Espírito na Terra abra teus olhos e veja, tu te encontras na Luz. Movimente a extremidade da parte mais alta da chama a ti presenteada e ela irá beber da corrente de igual espécie, a qual deixou surgir estes espíritos. “Como claras línguas elas flutuam sobre as eternas Águas da Vida, que o Criador derramou de Sua sagrada vontade.” —         
Uma paisagem florida, transpassada de luz dourada estende-se sobre Patmos, a Ilha da Luz. Eterno movimento é aqui o vivenciar deste reino de Luz, o Paraíso, a transição da Criação primordial para a Criação posterior, o ponto de partida dos espíritos humanos.
Os sábios guardiões do Santo Graal com suas coroas flamejantes de luz inclinam suas cabeças. Em especial eles são Titurel e Ismael, as colunas do mais sagrado Burgo, os quais acenam para baixo, para Patmos. Neste bramido e tinir surge luminoso desenvolvimento. À distância uma cúpula de luz vem se abobadar sobre a sagrada Ilha de Luz, enquanto os criados terrenos despertam no sopro de Deus. Também a nobre feminilidade encontra-se presente, nutrida e amparada pelas regiões das sagradas Ilhas, vibrando para o Alto, num sagrado servir maternal. Puro espírito-enteal no estado primordial. Elas se erguem acima do positivo e concentram-se nisso para receber, até que a palavra as separe. São estados que aconteceram durante o desenvolvimento da Criação, os quais não podem ser comprimidos em conceitos de tempo.
Elas são denominadas “as mães” e o espírito humano criado masculino separa-se do feminino após 7 horas da Criação, os quais são ritmos colossais do circular desejado por Deus, que os seres humanos não conseguem imaginar, enquanto estiverem ligados à matéria. E as mães são desligadas dos eternos pais, por um lapso de tais ritmos no circular desejado por Deus. Por isso sempre se vê em Patmos apenas espíritos masculinos. O ativo, positivo, irradiante continuou atuando por si. E assim, também, de outra maneira e em outro lugar, o passivo, recebedor.
Na espécie positiva submergiu e afluiu a vontade de Parsival e os seus servos mais elevados nutriram as respectivas espécies com sua espécie pessoal de irradiação através de fios especiais.
As mães, porém, foram conduzidas a partir das bem-aventuradas Ilhas e nutridas sua força e singularidade. Encontram-se sob a vontade da Mãe primordial, sempre segundo a espécie de seu ser. As fortalecem Maria, o amor e Irmingard, a pureza e fidelidade.
A luminosa virgem dos cisnes transmite intermediando a força servidora através da central de força dos planos superiores, das luminosas Ilhas. Delas vieram os mensageiros, os pensamentos luminosos da Pureza, Fidelidade, Amor e Servidão para as mães. Sobre elas eleva-se Ehra, a receptora, distribuidora, a parte acolhedora dos espíritos criados. Mas não como uma soberana, apenas como uma guardiã atuante.


(Oração, pós-solenidade de 7.9.1937: “Senhor, dê o Teu auxílio àqueles que utilizam a Tua força segundo a Tua Vontade!”): (Gebet, Nachfeier des 7.9.1937: Herr, gib Deine Hilfe denen, die deine Kraft nach "einem Willen nützen!")


Trecho inicial extraído da obra IS-MA-EL (em manuscrito):