terça-feira, 22 de agosto de 2017

As Revelações de João VIII






As Revelações de João

Depois disso, foi me mostrada uma imagem sobremaneira maravilhosa:
Sete anjos estavam em pé e seguravam as últimas sete pragas em suas mãos, com as quais o Juízo de Deus devia ser concluído.
E novamente vi a Criação distendida como um mar de vidro transparente, debaixo do qual ardiam as chamas da destruição. Mas, na beira da Criação, na beira do mar de vidro, estavam aqueles que permaneceram vitoriosos sobre o anticristo e sobre sua imagem e seu sinal, e seu número.
Vestidos com vestes brancas, eles seguravam harpas em suas mãos e cantavam em louvor a Deus. Cantavam o salmo de Moisés, o homem de Deus, e o hino de louvor para honra de Deus:
“Senhor, Tu, Deus onipotente! Tuas obras permanecem em Verdade e Justiça. Todo o Universo Te teme e louva o Teu Nome santíssimo! Só Tu és santo, só Tu és o Senhor, Tu, Deus triplo. De todos os cantos do mundo virão e Te adorarão, pois Teus caminhos estão revelados diante dos olhos de todos os homens. Agora eles vêem como a Tua bondade e misericórdia os guiou até o fim.”
E sob este hino de louvor, o supremo templo lá no Alto, na Luz, foi novamente aberto e dele saíram os anjos que tinham as sete pragas. Cintos dourados cingiam suas vestes brancas e diademas dourados prendiam seus cabelos.

E o Leão, que está sentado diante do trono da suprema Vontade de Deus, ergueu-se e deu aos sete anjos sete taças douradas e essas estavam cheias até a borda com a ira de Deus.
E tão intensa era a força que saía dessas taças, que todo o templo ficou preenchido disso. Parecia como se estivesse envolvido por fumaça. A ninguém era permitido entrar no templo antes que as taças de ira tivessem sido esvaziadas.
Mas uma voz poderosa saiu do templo e clamou:
“Vós, servos de Deus, o tempo é chegado, em que deveis derramar as taças da ira de Deus. Ide, pois, e agi!”
Então o primeiro anjo foi até a beira do mar de vidro, inclinou-se e derramou a sua taça sobre a Terra.
E em todos os seres humanos que tinham o sinal do anticristo, o seu sangue se transformou, todas as suas más ações se manifestaram neles e em seus corpos se formavam feridas feias e cheias de pus, transformando-se em tormentos.
A seguir, o segundo anjo chegou para frente e derramou sua taça no mar. E então o mar se tornou bravio e agitado e ficou vermelho como sangue e toda a vida morreu no mar.
Mas quando o terceiro anjo derramou sua taça nos rios e nas fontes, então também essas águas se tornaram sangue. E o guardião enteal de todas as águas clamou alto e disse:
“Senhor, Deus, Tu Eterno, quão justo és Tu! Santo és Tu de eternidade em eternidade. Tuas leis se cumprem. Sangue os homens derramaram, sangue Tu deixas fluir agora! O sangue dos santos e dos profetas eles derramaram, sangue agora deverão beber! Não mereceram coisa melhor!”
Mas um anjo clamou do altar de Deus:
“Sim, Senhor, Teu Juízo é verdadeiro e justo!”
Então o quarto anjo esvaziou sua taça no meio do sol, que ardeu como fogo sobre a Terra, fazendo com que os seres humanos quase sufocassem pelo calor.
Mas quando acreditavam que iam perecer sob o calor abrasador, blasfemaram contra Deus. Bem sabiam que Ele tinha poder sobre todas essas pragas, mas não reconheciam isso, nem chamavam por Ele. Amaldiçoaram-No e não se arrependeram.

Então também o quinto anjo esvaziou sua taça exatamente em cima do trono do anticristo, sobre o qual este estava sentado com grande pompa. E então toda a luz se apagou sobre a Terra e fez-se incrível escuridão. Medo e pavor tomaram conta dos seres humanos, que sofriam sob dores indizíveis em suas feridas e por causa do calor abrasador. Contorciam-se e rangiam os dentes e, no meio disso, blasfemavam contra Deus. Mas, o caminho para o arrependimento, este ainda não haviam encontrado.
Assim o sexto anjo derramou sua taça. Então secaram os grandes rios.
A besta e o anticristo e o terceiro animal, o pecado, conferenciavam entre si. Mas o hálito de sua respiração se condensou, formando configurações que pareciam sapos. Eram espíritos impuros que partiam para novamente seduzir os seres humanos e chamar os grandes e os reis para o dia da prestação de contas. Eles, porém, acreditaram que podiam então lutar contra Deus.
Mas o dia de Deus chega como o ladrão na noite, quando menos se espera. Bendito aquele que vigia e que está à espera do Senhor e que, portanto, vestido, pode ir ao encontro Dele.
Agora também o sétimo anjo adiantou-se e derramou o conteúdo de sua taça nos ares. E uma voz do alto clamou: “Está consumado”!
E então os pensamentos do Deus triplo atravessaram as Criações como altas vozes, de modo que, por causa de seu bramir, quase não se podia mais ouvir o rolar dos poderosos trovões. Relâmpagos ziguezagueavam sem parar e a Terra tremia como nunca antes havia acontecido. Cidades foram destruídas, ilhas submergiam no mar e montanhas desapareciam. 

Do céu, porém, caía granizo sobre os seres humanos que gemiam e o granizo abatia a quem ele atingia. Eles blasfemavam contra Deus também na sétima praga e não se arrependeram.

Extraído do livro: Chamados da Criação Primordial (Rufe aus der Urschopfung - 1935):