terça-feira, 18 de julho de 2017

As Revelações de João III






Leitura do Trecho Anterior


As Revelações de João


Então meu espírito foi conduzido para mais alto e, nas mais elevadas alturas, vi um assento, como um trono precioso e nele estava sentado Um, que era a Vontade de Deus, que tomou forma a partir da vontade eterna de Deus. *(Imanuel) Sua cabeça irradiava como um jaspe precioso e os raios que Dele partiam, quebravam-se nos raios que fluíam de cima em direção a Ele, de modo que parecia como um arco-íris de infinitas cores ao redor do assento.
Mas, diante do assento estavam os sete arcanjos, que se assemelhavam a colunas de chamas. Consumiam-se no servir puro e sempre se tornavam novos, puros e claros.
Mas, em círculo, ao redor, estavam vinte e quatro cadeiras, sobre as quais estavam sentados os vinte e quatro anciãos, em vestes de um branco puro e tinham as coroas da vida eterna sobre suas cabeças.
Do assento, porém, partiam continuamente vozes, trovões e relâmpagos, levando os pensamentos da Vontade de Deus para o Universo.
Diante do assento, toda a Criação estava distendida como um mar transparente e de vidro. Aí na frente, estavam os quatro animais com seis asas. Todos os seus olhos estavam abertos, tanto os espirituais como os enteais. Olhavam o tempo inteiro em sua volta, não tinham descanso nem de dia, nem de noite, louvavam a Deus e falavam:

“Santo, Santo, Santo é Deus, o Senhor, o Todo-Poderoso, que era e que é e que vem!”

O primeiro animal era como um leão, de grande força e beleza. O segundo era semelhante a um touro, o terceiro, a um homem e o último, a uma águia levantando voo.
E os animais nunca paravam de louvar a Deus até que toda a Criação estava preenchida de louvor. Então, também os vinte e quatro anciões entoaram junto, ajoelharam-se e depuseram suas coroas aos pés Daquele que estava sentado no assento e falaram:
“Senhor, somente Tu és digno de receber honra e louvor! Tu criaste todas as coisas. Pela Tua vontade assumiram forma e vivem!”
Então, Aquele que estava sentado no assento, ergueu sua mão direita, na qual segurava um livro, que estava escrito por fora e por dentro e estava selado com sete selos. Todos os olhos voltaram-se para o livro, pois todos sabiam que era o Livro da Vida.
Então um grande anjo chegou diante dos outros e falou com voz forte:

“Quem é digno de abrir esse livro e quebrar os seus selos?”

Fez-se, porém, um grande silêncio. Ninguém em todos os céus ou em todas as partes do Universo seria capaz de abrir o livro, a não ser Aquele que o segurava na mão.
Então senti grande medo. O que aconteceria se o livro tivesse que ficar fechado? Comecei a tremer e clamei interiormente a Deus. Então um dos anciãos inclinou-se para mim e falou:
“Não temas! Vê, o sacrifício foi feito, os selos podem ser abertos. O Filho eterno de Deus, que inclinou-se para a humanidade em uma misericórdia cheia de amor, para que ela não se perdesse por toda a eternidade, conquistou para si o direito de soltar os selos. Inocente como um cordeiro, ele foi conduzido ao matadouro!”
Enquanto ele ainda falava para mim, ficou muito claro diante do assento, sobre o qual reinava a Vontade de Deus. E vi a imagem de um cordeiro, em inocência e suavidade. Mas este se transformou e o Filho eterno de Deus, Jesus, encontrava-se no círculo dos anciãos e dos animais. E meu medo transformou-se em júbilo e louvor.
Ele tomou o livro da mão sagrada da Vontade de Deus e o ergueu.
Então os animais e os anciãos caíram de joelhos e o adoraram. De taças douradas, fluía o incenso em direção ao alto como orações que se elevam até o trono de Deus. Sons de harpas ecoaram e preenchiam tudo com sons maravilhosos e os anciãos entoaram um novo salmo:

“Senhor, somente Tu és digno de tomar o livro e soltar os selos, pois Tu tomaste sobre Ti o que é pesado. Tu fizeste uma Nova Aliança entre Deus e os homens. Teu sangue jorrou na Terra por causa dessa aliança!”

E de todos os lados afluíram milhares de anjos, que se postaram atrás das cadeiras dos anciãos e clamavam bem alto:
“O cordeiro que derramou seu sangue por amor e misericórdia é digno de todo louvor! Força e sabedoria, poder e honra são seus!”
Mas o que os anjos clamavam, propagou-se por toda a Criação primordial até embaixo na Criação posterior. E todas as criaturas entoaram junto e clamaram:
“Louvor e honra, glória e adoração de eternidade em eternidade Àquele que está sentado no trono, a Vontade eterna do Senhor, e Àquele que se deixou sacrificar como um cordeiro!”
Em alta voz, os quatro animais falaram “Amém” e adoraram junto com os anciãos e todos os anjos. —
Depois disso, houve grande silêncio. Todos olhavam para Jesus, que tomou um dos selos e o soltou. Então um dos animais chamou com voz forte:

“Vem!”

E o chamado rolou como trovão por todas as Criações.

E chegou um cavalo branco como a neve. Seu cavaleiro portava uma coroa e conduzia um arco. Com ele estava a vitória. Ele cavalgou para baixo, para planos, onde espíritos humanos lutavam para que a chama de Luz não se apagasse.
Jesus soltou o segundo selo e novamente ecoou o chamado de trovão:

“Vem!”

Então ele chegou: um cavalo vermelho, com narinas infladas. Sobre ele estava sentado um que usava um manto vermelho como chamas e tinha uma enorme espada, que chispava como raios. Aonde ele chegava, subia o ódio. Ele matava a paz e estrangulava a misericórdia. Também este cavalgou para baixo, para os seres humanos, para que entrassem em discórdia e matassem uns aos outros.
Novamente retumbou o chamado de trovão e Jesus soltou o terceiro selo.
Então chegou um cavaleiro com vestes pretas, montando um cavalo negro. Na mão segurava uma balança, para pesar e medir o que servia às necessidades dos seres humanos. A uns ele devia dar, de outros tirar, dependendo se suas obras eram boas ou más. A escassez e a fome ele iria desencadear e somente sobre os marcados pelo Senhor iria estender as mãos.

Extraído do livro: Chamados da Criação Primordial (Rufe aus der Urschopfung - 1935):